segunda-feira, 26 de novembro de 2012

As nossas propostas


Propostas AVP

Lista A

Triénio 2013/2015

Com a missão de divulgar, gerar conhecimento e sensibilizar para os valores subjacentes ao vegetarianismo em Portugal, apresentamos as seguintes propostas:

1. Produção e tradução de informação para o site da AVP
Uma vez que se recorre muitas vezes ao site da AVP quando se pesquisa sobre vegetarianismo, consideramos fundamental enriquecer o site com toda a informação possível sobre os diversos aspectos do vegetarianismo. Nesse sentido, pretendemos produzir e traduzir o máximo material que conseguirmos sobre os mais diversos assuntos relacionados com o vegetarianismo. Assim, pretendemos criar as seguintes secções no site:
 
a)      Sobre os animais, onde haverá informação sobre cada animal utilizado na alimentação (as suas características e capacidades);
b)      Nutrição, uma secção que consideramos essencial, sendo que traduziremos para o efeito artigos escritos por nutricionistas vegetarianos;
c)      Opinião dos especialistas, onde colocaremos o parecer de médicos, pediatras e nutricionistas sobre o vegetarianismo;
d)     Vegetarianismo para desportistas;
e)      Vegetarianismo para grávidas, onde se mostrará que é possível ter gestações saudáveis seguindo o regime vegetariano;
f)       Vegetarianismo para bebés e crianças;
g)      Entrevistas, secção onde ficarão arquivadas entrevistas a pessoas vegetarianas (portuguesas ou estrangeiras);
h)      Activismo, onde colocaremos traduções de artigos da autoria de activistas estrangeiros que têm obtido bons resultados, para que mais pessoas em Portugal possam usufruir dos seus conselhos, maximizando assim o seu impacto na propagação do vegetarianismo;
i)        Conselhos práticos, onde se fornecerá conselhos para se fazer a transição para o vegetarianismo, mostrando-se como ser vegetariano pode ser fácil, prático e divertido;
j)        Ecologia, onde colocaremos os artigos relacionados com os aspectos ambientais do vegetarianismo;
k)      História e Cultura Vegetariana, onde ficarão os artigos de História do Vegetarianismo já existentes, assim como outros a serem criados e/ou traduzidos;
l)        Bibliografia aconselhada.

2. Realização de exposições e eventos e participação em iniciativas
Neste sentido visamos:

a)      Promover a realização de exposições em Bibliotecas Municipais, Centros Comerciais, Escolas e Universidades, incentivando ainda estas entidades a celebrarem o Dia Mundial do Vegetarianismo, o Dia Mundial do Veganismo e o Dia do Animal;
b)      Organizar workshops de cozinha vegetariana;
c)      Propor a lojas como a FNAC que façam um Ciclo dedicado ao vegetarianismo e direitos dos animais (tal como fizeram o Ciclo Outubro Negro, o Ciclo Filmes e Literatura, o Ciclo Planeta Terra, entre outros) com projecção de filmes e venda de artigos relacionados;
d)     Realizar palestras, tertúlias e debates em escolas e faculdades;
e)      Participar em eventos compatíveis com os princípios defendidos pela AVP (e.g. Feira Alternativa, Semana Vegetariana e Veganário Fest);
f)       Ter bancas informativas, com material diversificado e atractivo sobre vegetarianismo.
Uma vez que a acção da AVP se tem focado principalmente em Lisboa, procuraremos realizar iniciativas em outras partes do país.

3. Lobbying para mais opções vegetarianas
Fazer lobbying para que estabelecimentos públicos, escolas, faculdades, restaurantes e eventos passem a ter pelo menos uma opção vegetariana.

4. Criação de novo material
Parece-nos importante a criação de material mais apelativo e, neste sentido, temos o objectivo de criar novos panfletos, assim como cartazes, merchandising, e material de divulgação original para o Facebook.

5. Criação de um Guia Vegetariano para ser distribuído por estudantes
Consideramos que a criação de um Guia Vegetariano, completo, imparcial e rigoroso, para ser distribuído em Universidades de vários pontos do país, poderá ter um impacto crucial na propagação do vegetarianismo em Portugal. Tendo em conta que nos Estados Unidos, a distribuição de brochuras sobre vegetarianismo fez com que, desde 2006, o número de vegetarianos duplicasse e o número de veganos mais que duplicasse nas faculdades americanas, nós acreditamos que podemos conseguir resultados semelhantes em Portugal. Uma vez que, como tem mostrado a experiência, os estudantes universitários estão mais receptivos ao vegetarianismo, o nosso objectivo será focar os nossos poucos recursos nesse público. O guia irá conter testemunhos, informação sobre os animais e a sua inteligência e capacidade de sentir, a verdade sobre a criação e o abate de animais, informação sobre os animais aquáticos, as consequências ecológicas do consumo de produtos animais, perguntas e respostas, nutrição vegetariana básica (os alimentos que fornecem cada nutriente), como fazer a transição, receitas, etc. O guia ficará também disponível no site.

6. Parcerias e ofertas para sócios
Iremos continuar o trabalho de parcerias com empresas/marcas que dão descontos a sócios da AVP. Procuraremos colaboração com estabelecimentos que respeitem os valores do vegetarianismo alargando a rede de colaborações a todo o país.
Para além dos descontos supra mencionados, continuaremos a manter as ofertas de livros para sócios.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A nossa lista

 Esta é a lista com a qual nos iremos candidatar aos Órgãos Sociais da Associação Vegetariana Portuguesa:
 

Direcção
 
Presidente - Nuno Metello
Vice-Presidente – Rita Quintas
Secretário – Ricardo Morais-Pequeno
Tesoureiro – Diana Constantino Macedo
Vogal – Jorge Ribeiro
 
Conselho Fiscal

Presidente: Orlando Figueiredo
Vice-Presidente: Inês Grilo
Relator: Ana Borges
 
Assembleia Geral

Presidente: Gabriela Oliveira
Vice-Presidente: Paulo Barros
Secretário: João Graça
 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Rita Quintas

 
Aos 21 anos quando conheci a prática de yoga e toda a sua filosofia, a minha vida mudou bastante. Hábitos que tinha foram alterados, nomeadamente os da alimentação. Foram-me dados a conhecer os imensos sabores da cozinha vegetariana, dieta que adoptei facilmente por ser considerada a mais saudável e indicada para a prática de yoga. À medida que me ia interessando pela confecção de novos pratos e sobre o tema em questão, encontrei muita informação, mais especificamente, de como os animais eram mortos, de como passavam a sua vida confinados em espaços sujos e pequenos, do quanto sofriam e como de uma forma tão cruel lhes era retirado o direito à vida, à sua liberdade, corrompendo por completo os seus direitos comos seres sencientes que são. Obviamente que após saber toda a verdade, (sim, toda a verdade!) nunca mais poderia voltar atrás. O vegetarianismo começou a fazer muito mais sentido para mim, não só por questões de saúde, mas principalmente por questões éticas.
Ao longo deste 8 anos, passei por um misto de emoções. Inicialmente a força era muita, queria mudar o mundo, queria ajudar todos a tornarem-se vegetarianos, queria que percebessem de uma vez por todas e se colocassem na situação do animal, mas era uma luta diária desgastante, havia pessoas que não queriam ouvir, e pior, havia pessoas que ouviam e nem queriam saber. Com o passar do tempo e com as decepções que ia tendo, a força diminuiu e comecei a deixar de acreditar. Mas felizmente este movimento começou a ganhar forma, cada vez há mais literatura sobre o assunto; pessoas empenhadas formaram grupos, blogs, associações; abriram mais restaurantes vegetarianos; surgiram mais opções vegetarianas nos supermercados, trazendo-me a esperança de novo. Tudo leva a crer que estamos no caminho certo para que a mudança aconteça
O animal está aos poucos a deixar de ser visto como um objecto e começa a ganhar o estatuto de ser consciente e merecedor de vida. Julgo existir um grande abismo entre aquilo que sentíamos enquanto pequenos e aquilo que sentimos agora. Será difícil para uma criança aceitar que o animal que tanto gosta esteja presente no seu prato. Nem chega a perceber. Essa informação é-lhe vedada. E porquê? Para não a ferir! E porque razão haveria ela de ficar ferida se esse acto fosse normal e tivesse realmente que acontecer? Será que fomos mesmo feitos para matar? Será que fomos feitos para matar aqueles animais que em pequenos (e ainda hoje) achamos tão ternurentos e engraçados? 
Ainda não consegui perceber por que motivo passámos a dizer “sim” aquilo a que tão veemente dizíamos “não”. Hábitos? Insensibilidade? Falta de compaixão? Deveríamos procurar dentro de nós a razão.
O vegetarianismo levou-me a inovar na cozinha e a descobrir novos pratos, introduzi alimentos na minha alimentação que desconhecia, levei a minha atenção para outras formas de produção, testei a acção de diversos alimentos/plantas em algumas patologias, adoptei uma diferente visão de cura, muito mais pela prevenção e enveredei pela Medicina Natural, iniciando os estudos na Naturopatia. A natureza é bela e inteligente. Há muito que digo: a Natureza pode dar-nos tudo o que precisamos. Somos feitos de vida, não de morte.
O vegetarianismo em Portugal merece a devida atenção, os milhares de animais que estão prestes a seguir o corredor da morte, merecem uma oportunidade. Juntos faremos mais, unidos faremos melhor.

Ricardo Morais-Pequeno

 
Sempre fui adepto da defesa dos animais e em 2006 tornei-me vegetariano, de forma progressiva. Tenho 45 anos, vivo em Lisboa e sou licenciado em Biologia, sendo actualmente professor de Ciências Naturais. Procuro o progresso pessoal, em diferentes dimensões. Dentro dessa lógica, aprendi Yoga e meditação, que pratico. Acredito na educação, no exemplo e no esforço como formas de mudar o mundo. Procuro, mas minhas relações pessoais, explicar as razões que sustentam a dieta vegetariana / vegana e desmontar a argumentação que a ela se opõe.
Esforço-me por agir em defesa das causas que defendo e, nessa lógica, participei, em 2012, na organização das Conferências "(R)Evolucionar Portugal", que conseguiram reunir e fazer convergir um grande número de projectos de mudança do país e do estado actual de coisas (http://www.r-evolucionar.eu/) .
Penso que a causa do vegetarianismo deve ser defendida com inteligência, criatividade e perseverança, e tenho grande motivação para a apoiar e lutar por ela. Penso também que o bom-senso e o respeito pelo modelo do mundo dos outros são essenciais para criar abertura para a causa vegetariana em quem ainda não a defende.

Paulo Barros


Desde pequeno sempre fui uma pessoa interessada pelos animais. Na verdade, sempre achei que eles tinham importância. Não nasci vegetariano, seria difícil, em 1971. Acredito que os meus pais nem soubessem o que isso significava. A minha mãe cresceu com uma dieta que raramente incluía carne ou peixe, ovos ou leite (e seus derivados), pela simples razão de que as condições económicas em que vivia tornavam inacessível o acesso a esses alimentos. Assim 90% da sua alimentação não era de origem animal.
Comecei com a questão da importância dos animais porque eles foram decisivos na escolha da minha alimentação. O meu vegetarianismo passa exactamente pelo respeito que tenho por eles, e é essa razão por si só que sustenta a minha escolha. Sei que existem outros motivos fortes para a adopção dessa dieta: a saúde, o planeta, até no próprio combate á pobreza e consequente subnutrição. Mas enquanto os outros argumentos podem falhar, de tudo aquilo que estudei e aprendi sei que podem falhar, existe um argumento que é inabalável: eu não como animais porque eles não têm interesse em serem comidos, para eles a vida pode correr bem ou mal de acordo com os estímulos a que estão sujeitos, e tal como eu, ambicionam á vida e ao bem-estar.
Logo não farei aos outros o que não gostava que fizessem a mim – Regra de Ouro da Ética.
É mesmo muito fácil ser Vegetariano basta pensar …nos outros, independentemente da espécie a que pertence, aplicar a regra de ouro só faz sentido se for aplicada segundo determinados parâmetros que entram no conjunto de regras e princípios de ética universalizáveis, e a entrada dos animais na esfera do direito moral é apenas sem complicar, pela sua capacidade intrínseca de experimentar física e psicologicamente o que lhes acontece, terem consciência de si e do mundo de forma mais ou menos complexa…eis a entrada na esfera da moral…a senciência é o parâmetro decisivo.
Prefiro ser acusado de ser compassivo, justo e racional nas minhas escolhas, do que ser acusado de alienação pelos outros.
Iniciei de forma activa a defesa Direitos do Animais em 1996/97 com a fundação do Movimento de Defesa Animal (M D A), grupo activista que esteve envolvido nas primeiras manifestações públicas á frente do CP, e que, por exemplo, impediu a matança do touro em praça pública no Penedo (Sintra). Tive o primeiro contacto com o Veganismo nessa altura. Havia algumas pessoas que não incluíam animais e derivados na sua dieta alimentar. Liguei-me depois á Animal porque tinha uma declaração de princípios que fazia (faz) imenso sentido para quem acha que devemos defender todos os animais.
Em 2008 tornei-me Vegano. O momento decisivo para a minha opção, para a minha mudança de vida (tudo o que implica o Veganismo), foi quando assisti ao Earthlings. Foi o clic que precisava para tomar a decisão. Claro que tive o apoio da minha mulher que era Vegana desde 2007 e foi muito importante em todo o processo, também ela Activista e Veterinária.
Desde então continuo activo, sempre tentando fazer em cada dia que passa mais por eles e claro por nós também… defendo que quem se preocupa pelos animais não humanos tem obrigatoriamente de se preocupar com os humanos, é uma questão de bom senso, é uma questão de empatia e bondade, de justiça e racionalidade, é válida se for aplicada de forma que se possa considerar universal, ou seja, que seja válida para todos.
Continuo no activismo pelos direitos de todos os animais, continuo na sensibilização e informação, desde as crianças aos adultos, de como devemos ver a nossa vida, mas principalmente como devemos ver a vida dos outros, deixar um pouco o egocentrismo que existe em todos nós para uma forma de vida mais altruísta e compassiva. A evolução moral das sociedades humanas passa pela entrada no terceiro paradigma…muitos filósofos já escrevem sobre a entrada dos animais na esfera da moral, muitos hoje consideram que existe Dignidade Animal, e que uns não têm de estar melhores que os outros, ou seja este patamar deve ser alcançado em conjunto. A razão está do nosso lado, assim, compete-nos a nós, humanos, abrir as portas a essa conexão…
O vegetarianismo está intimamente ligado á mudança de paradigma, é o caminho a seguir…

Orlando Figueiredo


Licenciei-me em Engenharia Química, em 1993 pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. No mesmo ano iniciei a minha atividade profissional numa multinacional farmacêutica.
Em 1997, cansado do paradigma competitivo da ciência industrial, decidi voltar ao ensino - atividade com que já tinha contactado no decurso da licenciatura - na busca de uma atividade profissional que privilegiasse a colaboração e a cooperação.
Em 1999 integrei o Projeto Interação e Conhecimento, em 2002 concluí a profissionalização em serviço na Escola Superior de Educação de Lisboa e em 2006 o Mestrado em Educação – especialidade Didática das Ciências – na Faculdade de Ciência da Universidade de Lisboa.
Com preocupações no domínio da sustentabilidade, numa perspetiva holística da ciência e fundamentado numa ética mediada pelos princípios do Movimento Ecologia Profunda, pela perspetiva gaiana da Terra e pelo budismo mahayana, tenho participado em debates, animado conferências e publicados artigos na minha área de especialização.
Atualmente, sou professor de Física e Química na Escola Secundária de Peniche, membro colaborador no Centro de Investigação e Desenvolvimento em Educação e Formação da Universidade de Lisboa, estudante de doutoramento no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa com bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia e vogal da Direção Nacional do Partido pelos Animais.
Em finais de 2001 que iniciei um regime vegetariano que mantive até finas de 2005, ano em que por motivos diversos, resolvi abrir algumas exceções e, apesar de fazer refeições vegetarianas em casa e fora de casa sempre que possível, deixei o vegetarianismo exclusivo (não sem ter de enfrentar alguns problemas de consciência).
Em Agosto de 2011 optei por seguir uma dieta vegana que mantenho até hoje, se tudo me for propício, pretendo manter até ao final da minha vida.
Data de nascimento: 21.05.1967

Nuno Metello

Nasci em 1983 e estou a estudar artes plásticas.
Antes de me ter tornado vegetariano já me sentia inclinado a sê-lo. Evitava muitas vezes comer animais e questionava-me frequentemente sobre a legitimidade de os comermos. Não conhecia mais vegetarianos e diziam-me que não era possível sermos vegetarianos.
Um dia, numa aula de filosofia li um texto da Marguerite Yourcenar contra o uso de peles de animais e concordei imediatamente com o que li. Foi um dos primeiros passos para a mudança que veio um pouco depois. Um dia, recebi um vídeo em que se via como os animais são tratados e mortos na indústria das peles. Fiquei horrorizado, revoltado e percebi que a partir daquele momento me ia envolver activamente na luta para acabar com aquela crueldade. Li muito sobre o tema, escrevi à PETA, e essa organização enviou-me literatura para casa. Assim, enquanto andava a ler sobre a questão das peles, fui-me deparando com diversa informação sobre vegetarianismo. Até que, pouco depois vi um vídeo chamado Meat your Meat. Desde que vi esse vídeo deixei instantaneamente de comer carne (inclusive de animais marinhos). Também deixei de beber leite nessa altura (porque a minha mãe me falou no sofrimento das vacas). Cerca de três meses depois disso tinha-me tornado vegano. Foi em meados de 2005.
Os direitos dos animais e o vegetarianismo tornaram-se temas centrais na minha vida, e li tudo o que consegui sobre o assunto: História do vegetarianismo, nutrição, etologia, etc. Os livros sobre as emoções dos animais tocaram-me e surpreenderam-me bastante (Masson, Bekoff, Balcombe, etc.).
Não me satisfaz apenas ser vegano. Quero fazer com que a informação chegue a mais pessoas – pessoas como eu, que estão prontas a mudar se receberem a informação certa da maneira certa. Por isso, desde que mudei a minha maneira de comer e de estar no mundo, tentei fazer o possível para chegar a mais gente. Tenho a certeza de que a libertação animal (e, necessariamente o vegetarianismo) será a grande causa do nosso tempo, e quero fazer o possível para que aconteça cada vez mais rápido.
Agora procuro ao máximo ouvir o que têm a dizer as pessoas que estão nisto há muito mais tempo, os activistas que, depois de muitas tentativas, de muitos erros, estão a ter resultados inéditos. Precisamos de maximizar o nosso impacto. Eu acredito que é possível fazer-se em Portugal aquilo que fazem lá fora outras organizações (Vegan Outreach, por exemplo). Com honestidade, rigor e dedicação penso que faremos a diferença.

Jorge Ribeiro


Sou o Jorge Ribeiro, tenho 33 anos, nasci e cresci no Porto e agora resido em Vila Nova de Gaia.
Sou engenheiro electrotécnico de formação e profissão e, pela causa animal, encontro-me a frequentar o curso pós-laboral de Direito. Espero, a médio prazo, ter a oportunidade de, perante a Justiça, defender os direitos dos animais não humanos.
Sou vegano desde 2009.
O veganismo para mim constitui uma consequência natural da rejeição do especismo.
Constitui uma forma de estar na vida guiada por uma postura mais ética e mais justa.
Acredito que os animais não humanos existem pelas suas próprias razões e não apenas para servir o ser humano e serem explorados por este. São seres sencientes, com interesses próprios e que devem ser respeitados. E, tal como nós, também têm o interesse em viver e não em morrer. Tal como nós, eles são alguém, não são objectos ou coisas.
É para mim óbvio que um longo caminho terá que ser percorrido para que a sociedade evolua e perceba que o ser humano não tem qualquer necessidade de consumir animais. Mas também é claro para mim que pessoas e organizações podem (e devem) contribuir para que essa evolução ocorra no mais curto período de tempo.
Nesse sentido, estou convencido que a Associação Vegetariana Portuguesa pode desempenhar um papel fulcral nesta mudança. Para isso, deverá ser mais activa e mais interventiva, quer junto da população, quer junto do Estado.
Espero que o meu contributo para este projecto possa constituir uma efectiva mais valia e tudo irei fazer para que tal aconteça.
Pelos animais,
Jorge Ribeiro

João Graça


Tenho 27 anos e sou natural de Caldas da Rainha, encontrando-me actualmente a residir em Lisboa. Como tantos portugueses, cresci num meio social e familiar onde o consumo de animais era muito frequente e apreciado. Durante a infância e a adolescência nunca vi qualquer problema com esta prática alimentar. Pelo contrário, comia até com bastante prazer, o que via como algo perfeitamente natural e até desejável. Lembro-me de sentir alguma estranheza quando comecei a ouvir falar em “refeições vegetarianas”. Não me teria ocorrido que era possível fazer uma refeição equilibrada, agradável e prática sem qualquer porção de animal. E afinal, felizmente, é! Foi por essa altura que comecei a ver realmente o que tinha no prato… porções de corpos de animais mortos. Tecido muscular, vasos sanguíneos, pele, gorduras, sangue, nervos e outros tecidos, que haviam constituído um ser, um indivíduo com capacidade de experienciar o que lhe aconteceu. Comecei também a conhecer quão miserável e indigna teria sido a vida de cada um destes animais nas unidades de produção e abate – sujeitos ao maltrato, confinamento e privação de liberdade, sobrelotação, agressão, mutilação e doença – apenas para que eu pudesse satisfazer os meus hábitos e preferências alimentares. Parecia-me, cada vez mais, que a forma como subjugamos e exploramos os animais é injusta e pouco leal. A mudança para o vegetarianismo veio nesta sequência, de forma lenta e progressiva, à medida que aumentava o desconforto que sentia perante estes factos, concretizando-se por volta dos 19/20 anos. As preocupações éticas para com os animais estiveram na origem desta transição e mantêm-se hoje no centro, embora não consiga ignorar as questões ambientais e de saúde pública.
Actualmente sou aluno de doutoramento em Psicologia no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e, neste âmbito, encontro-me a explorar os mecanismos de desvinculação moral associados ao consumo de animais. Ou seja, face ao conhecimento dos danos que os actuais padrões de produção e consumo de animais implicam ao nível do ambiente, da saúde pública, e para os próprios animais que são criados e abatidos para fins alimentares, exploro quais são, e como funcionam, os factores psicossociais que levam à manutenção destas práticas alimentares sem que esta escolha implique problemas do ponto de vista moral. O meu compromisso é, então, o de ajudar a compreender algumas das fontes de resistência à minimização dos danos – através da diminuição e eventual cessação do consumo –, e trabalhar para a concretização das implicações que daí advirem.

Inês Grilo


Nasci a 20 de Julho de 1990. Sempre gostei de animais e sempre senti uma enorme tristeza por existirem touradas e abandono.
Comecei a participar em protestos, manifestações, conferências e palestras relacionados com a temática dos direitos dos animais, no início de 2010.
Ao longo dos anos, fui-me apercebendo que esses não eram os únicos problemas que existiam relacionados com os direitos dos animais não humanos e, por isso, decidi tornar-me vegetariana em Novembro de 2010, por ter tido conhecimento de que não necessitamos de comer animais para vivermos bem e com saúde e que a forma como os animais são tratados nas produções intensivas é absolutamente bárbara.
Em Dezembro de 2011, tornei-me voluntária da União Zoófila, onde continuo a trabalhar como tal até hoje.
No início de 2012, juntei-me ao MUDA (Movimento Universitário pelos Direitos dos Animais), mas acabei por sair e juntar-me a um grupo que teve origem neste mas que se separou por divergências na forma de agir, designado UCA (Universitários pela Causa Animal), do qual faço hoje parte.
Desde Junho de 2012, tornei-me vegana, por me ter apercebido da forma como os animais são tratados nos centros de produção de produtos de origem animal (ovos, leite e derivados, mel, lã, seda, etc.).
Licenciei-me em Direito em Julho de 2012 e tenho como grande objectivo divulgar e sensibilizar para a questão dos direitos dos animais, para que legislação e mentalidades se alterem relativamente a esta temática, de forma a que os animais não humanos possam viver da melhor forma possível.
Considero a AVP um meio muito apropriado para divulgar as questões relacionadas com os direitos dos animais e, por isso, tornei-me sócia desta associação em Junho de 2012.

Gabriela Oliveira


Sou jornalista, vegetariana desde 1997 e mãe de três crianças também vegetarianas. 
Escrevo para o semanário Sol, tendo colaborado com outras publicações, como a Notícias Magazine (revista do Diário de Notícias e Jornal de Notícias), a revista Pais & Filhos e o semanário Expresso. Publiquei, entre muitos outros trabalhos, reportagens sobre nutrição, vegetarianismo e veganismo.
Sou autora dos livros Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças” (Arteplural, 2011, 2006), “Avós Precisam-se – A importância dos Laços entre Avós e Netos” (Arteplural, 2012) e Famílias Numerosas – Há sempre espaço para mais um” (Coisas de Ler, 2011).
Realizei seminários e workshops dedicados à alimentação vegetariana para toda a família, contactando diretamente com pais, professores e técnicos de saúde, em vários pontos do país.
Tornei-me vegetariana por razões de ordem ética, ecológicas e de saúde. O que me fez mudar foi perceber que podia obter todos os nutrientes essenciais sem contribuir para o aprisionamento, a morte e o sofrimento dos animais. A noção de que os alimentos vegetarianos são mais saudáveis e, ao mesmo tempo, mais ecológicos e sustentáveis para o equilíbrio do planeta, reforçou a minha decisão.
Escrevi o livro “Alimentação Vegetariana para Bebés e Crianças”, e criei uma página no facebook com o mesmo nome, para ajudar a esclarecer e a rebater preconceitos e ideias infundadas, uma vez que o vegetarianismo é adequado a todas as idades e a todos as etapas da vida, desde a gravidez, infância, adolescência e velhice.

Página Profissional:
http://gabrielaoliveira.weebly.com/

Página facebook livro Alimentação Vegetariana:
http://www.facebook.com/pages/Alimenta%C3%A7%C3%A3o-Vegetariana-para-Beb%C3%A9s-e-Crian%C3%A7as/200149286685919

Diana Constantino Macedo



[biografia disponível em breve]

Ana Borges

 
O meu nome é Ana e tenho 25 anos. Desde muito cedo que sinto uma paixão pelos animais. Lembro-me que, aos 5 anos tentava salvar todos os caracóis que encontrava assim que soube que a minha vizinha gostava de os apanhar para comer. Contudo, foi só com 15 anos que dei o passo rumo ao vegetarianismo. No início muita gente não levou a sério pois quem me conhecia sabia que eu gostava mesmo de carne. E gosto do sabor da carne. Mas felizmente, para mim e para os animais, percebi o que significava ter um pedaço de carne no meu prato. Calculei as minhas prioridades e por muito que gostasse do sabor da carne, decidi que o meu paladar, não era, nem nunca podia ser, mais importante do que a vida de um animal, e jamais poderia justificar o mal que lhes faziam. Os primeiros dias como vegetariana foram dos dias mais felizes da minha vida, sentia-me maravilhosamente bem, como que se tivessem tirado um peso de cima dos meus ombros. Não sentia a consciência pesada e tinha a certeza absoluta que tinha tomado a decisão correcta e que nunca iria mudar. Hoje em dia vivo cada vez mais próxima do veganismo.
Para além da vertente alimentar, talvez deva admitir dois ódios de estimação: as touradas e o abandono de animais. Defendo a causa animal em todos os lados e em todas as ocasiões, mas as touradas, talvez por serem, infelizmente, nossas e ainda legais, têm sido o foco do meu activismo. Relativamente aos animais abandonados posso dizer que já perdi a conta dos que tirei da rua. Não tenho nenhum canil ou gatil, mas a título pessoal e com ajuda de associações há muito que podemos fazer. Não há nada mais gratificante do que poder ajudar os outros.