quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Nuno Metello

Nasci em 1983 e estou a estudar artes plásticas.
Antes de me ter tornado vegetariano já me sentia inclinado a sê-lo. Evitava muitas vezes comer animais e questionava-me frequentemente sobre a legitimidade de os comermos. Não conhecia mais vegetarianos e diziam-me que não era possível sermos vegetarianos.
Um dia, numa aula de filosofia li um texto da Marguerite Yourcenar contra o uso de peles de animais e concordei imediatamente com o que li. Foi um dos primeiros passos para a mudança que veio um pouco depois. Um dia, recebi um vídeo em que se via como os animais são tratados e mortos na indústria das peles. Fiquei horrorizado, revoltado e percebi que a partir daquele momento me ia envolver activamente na luta para acabar com aquela crueldade. Li muito sobre o tema, escrevi à PETA, e essa organização enviou-me literatura para casa. Assim, enquanto andava a ler sobre a questão das peles, fui-me deparando com diversa informação sobre vegetarianismo. Até que, pouco depois vi um vídeo chamado Meat your Meat. Desde que vi esse vídeo deixei instantaneamente de comer carne (inclusive de animais marinhos). Também deixei de beber leite nessa altura (porque a minha mãe me falou no sofrimento das vacas). Cerca de três meses depois disso tinha-me tornado vegano. Foi em meados de 2005.
Os direitos dos animais e o vegetarianismo tornaram-se temas centrais na minha vida, e li tudo o que consegui sobre o assunto: História do vegetarianismo, nutrição, etologia, etc. Os livros sobre as emoções dos animais tocaram-me e surpreenderam-me bastante (Masson, Bekoff, Balcombe, etc.).
Não me satisfaz apenas ser vegano. Quero fazer com que a informação chegue a mais pessoas – pessoas como eu, que estão prontas a mudar se receberem a informação certa da maneira certa. Por isso, desde que mudei a minha maneira de comer e de estar no mundo, tentei fazer o possível para chegar a mais gente. Tenho a certeza de que a libertação animal (e, necessariamente o vegetarianismo) será a grande causa do nosso tempo, e quero fazer o possível para que aconteça cada vez mais rápido.
Agora procuro ao máximo ouvir o que têm a dizer as pessoas que estão nisto há muito mais tempo, os activistas que, depois de muitas tentativas, de muitos erros, estão a ter resultados inéditos. Precisamos de maximizar o nosso impacto. Eu acredito que é possível fazer-se em Portugal aquilo que fazem lá fora outras organizações (Vegan Outreach, por exemplo). Com honestidade, rigor e dedicação penso que faremos a diferença.

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