Desde
pequeno sempre fui uma pessoa interessada pelos animais. Na verdade, sempre
achei que eles tinham importância. Não nasci vegetariano, seria difícil, em
1971. Acredito que os meus pais nem soubessem o que isso significava. A minha
mãe cresceu com uma dieta que raramente incluía carne ou peixe, ovos ou leite
(e seus derivados), pela simples razão de que as condições económicas em que
vivia tornavam inacessível o acesso a esses alimentos. Assim 90% da sua
alimentação não era de origem animal.
Comecei
com a questão da importância dos animais porque eles foram decisivos na escolha
da minha alimentação. O meu vegetarianismo passa exactamente pelo respeito que
tenho por eles, e é essa razão por si só que sustenta a minha escolha. Sei que
existem outros motivos fortes para a adopção dessa dieta: a saúde, o planeta,
até no próprio combate á pobreza e consequente subnutrição. Mas enquanto os
outros argumentos podem falhar, de tudo aquilo que estudei e aprendi sei que
podem falhar, existe um argumento que é inabalável: eu não como animais porque
eles não têm interesse em serem comidos, para eles a vida pode correr bem ou
mal de acordo com os estímulos a que estão sujeitos, e tal como eu, ambicionam
á vida e ao bem-estar.
Logo não farei aos outros o que não gostava que fizessem a mim – Regra de Ouro da Ética.
Logo não farei aos outros o que não gostava que fizessem a mim – Regra de Ouro da Ética.
É mesmo
muito fácil ser Vegetariano basta pensar …nos outros, independentemente da
espécie a que pertence, aplicar a regra de ouro só faz sentido se for aplicada
segundo determinados parâmetros que entram no conjunto de regras e princípios
de ética universalizáveis, e a entrada dos animais na esfera do direito moral é
apenas sem complicar, pela sua capacidade intrínseca de experimentar física e
psicologicamente o que lhes acontece, terem consciência de si e do mundo de
forma mais ou menos complexa…eis a entrada na esfera da moral…a senciência é o
parâmetro decisivo.
Prefiro
ser acusado de ser compassivo, justo e racional nas minhas escolhas, do que ser
acusado de alienação pelos outros.
Iniciei
de forma activa a defesa Direitos do Animais em 1996/97 com a fundação do
Movimento de Defesa Animal (M D A), grupo activista que esteve envolvido nas
primeiras manifestações públicas á frente do CP, e que, por exemplo, impediu a
matança do touro em praça pública no Penedo (Sintra). Tive o primeiro contacto
com o Veganismo nessa altura. Havia algumas pessoas que não incluíam animais e
derivados na sua dieta alimentar. Liguei-me depois á Animal porque tinha uma
declaração de princípios que fazia (faz) imenso sentido para quem acha que
devemos defender todos os animais.
Em 2008
tornei-me Vegano. O momento decisivo para a minha opção, para a minha mudança
de vida (tudo o que implica o Veganismo), foi quando assisti ao Earthlings. Foi o clic que precisava
para tomar a decisão. Claro que tive o apoio da minha mulher que era Vegana
desde 2007 e foi muito importante em todo o processo, também ela Activista e
Veterinária.
Desde
então continuo activo, sempre tentando fazer em cada dia que passa mais por
eles e claro por nós também… defendo que quem se preocupa pelos animais não
humanos tem obrigatoriamente de se preocupar com os humanos, é uma questão de
bom senso, é uma questão de empatia e bondade, de justiça e racionalidade, é
válida se for aplicada de forma que se possa considerar universal, ou seja, que
seja válida para todos.
Continuo no activismo pelos direitos de todos os animais, continuo na sensibilização e informação, desde as crianças aos adultos, de como devemos ver a nossa vida, mas principalmente como devemos ver a vida dos outros, deixar um pouco o egocentrismo que existe em todos nós para uma forma de vida mais altruísta e compassiva. A evolução moral das sociedades humanas passa pela entrada no terceiro paradigma…muitos filósofos já escrevem sobre a entrada dos animais na esfera da moral, muitos hoje consideram que existe Dignidade Animal, e que uns não têm de estar melhores que os outros, ou seja este patamar deve ser alcançado em conjunto. A razão está do nosso lado, assim, compete-nos a nós, humanos, abrir as portas a essa conexão…
Continuo no activismo pelos direitos de todos os animais, continuo na sensibilização e informação, desde as crianças aos adultos, de como devemos ver a nossa vida, mas principalmente como devemos ver a vida dos outros, deixar um pouco o egocentrismo que existe em todos nós para uma forma de vida mais altruísta e compassiva. A evolução moral das sociedades humanas passa pela entrada no terceiro paradigma…muitos filósofos já escrevem sobre a entrada dos animais na esfera da moral, muitos hoje consideram que existe Dignidade Animal, e que uns não têm de estar melhores que os outros, ou seja este patamar deve ser alcançado em conjunto. A razão está do nosso lado, assim, compete-nos a nós, humanos, abrir as portas a essa conexão…
O
vegetarianismo está intimamente ligado á mudança de paradigma, é o caminho a
seguir…
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